Crítica OBSESSÃO SECRETA



Assisti por uma indicação de uma amiga, porque segundo ela, "sabia que eu gostava de filmes que surpreendem no final". Já desconfiava que eu me decepcionaria por causa do título tão blazé! No fim tive vontade de xingar tanto minha amiga com os maiores impropérios conhecidos e desconhecidos. Obsessão Secreta acaba sendo um filme inexplicável: como a Netflix conseguiu produzir algo tão ruim?

O início é até promissor, quando vemos a protagonista Jennifer (Brenda Song) fungindo de um assassino e indo parar num hospital, onde acorda sem memória e assim não consegue explicar para o detetive Frank (Dennis Haysbert) o que lhe aconteceu. Acreditamos piamente que teremos um bom filme de suspense à frente, quando temos, inclusive, um personagem misterioso, por assim dizer, que a visita no hospital. 

Mas é quando Russell, um marido preocupado chega no hospital e a leva pra casa, que se você tiver pelo menos dois neurônios vai desvendar toda trama. Isso se você não teve o azar de ter assistido o trailler antes ou de ter visto um dos cartazes de promoção que praticamente entrega a história de bandeja.

Tudo bem, você imagina, resta o suspense de tentar imaginar o por quê e como tudo aconteceu. E então o filme falha miseravelmente. Não que não tenha explicação, mas a história é contada de uma forma tão displicente e superficial, cheia de furos de roteiro e erros de continuidade, que você se pergunta se realmente alguém conseguiu produzir aquilo para uma plataforma milionária como a Netflix.

Nessa altura do campeonato não é surpresa nenhuma você já saber que Russell não é o marido dela, primeiro porque é interpretado por um insosso Mike Voguel, não consegue disfarçar isso, e segundo porque filmes onde o marido é suspeito de algum crime é um dos clichês que a produção segue descaradamente sem disfarçar. 

O resto é um suspense barato e previsível, onde veremos Jennifer tentar se livrar do falso marido, contando incoscientemente com a ajuda de um detetive, que ninguém leva à sério por ele ter sido traumatizado pela morte da filha (outro clichê). E no fim, os motivos e como tudo aconteceu é explicado de uma forma tão prolixa que você tem vontade de jogar algo na televisão (se tiver com celular, cuidado, para não jogá-lo longe!). 

Tudo bem que o filme de baixo orçamento atraiu gente como o roteirista Kraig Wenman e o diretor Peter Sullivan, que só possuem filmes B na carreira, mas imaginava que a Netflix faria algo melhor para a atriz Brenda Song, que até pouco tempo atrás brilhava como atriz mirim em Zack & Code: Gêmeos em ação. No fim parece mais uma das inúmeras produções apenas para fazer volume de catálogos do streaming. Infelizmente, nem sempre quantidade significa qualidade. Outro clichê! 



   



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